sexta-feira, 18 de maio de 2012

EXAMES NACIONAIS -ENSINO SECUNDÁRIO -2012


 

Matrizes curriculares voltam a ter tempos de 45 minutos
05.06.2012 - 20:45 Por Clara Viana, PÚBLICO

O Ministério da Educação e Ciência converteu nesta terça-feira formalmente para blocos de 45 minutos os tempos mínimos que atribuíra às disciplinas do ensino básico e secundário e que provocaram confusão junto de professores e diretores.
s novas matrizes foram publicadas no site da Direção-Geral da Educação com a indicação que foram estas as “aprovadas em Conselho de Ministros no dia 31 de Maio”.

Em resposta a questões do PÚBLICO, o gabinete de imprensa do MEC refere que o que foi colocado agora no site da DGE é “a versão de referência das matrizes de forma a tornar a sua leitura mais clara”. “Estas versões foram colocadas hoje no site da DGE e só hoje foi introduzido o texto da aprovação em Conselho de Ministros (CM). Nas versões anteriores constava que aquelas eram as matrizes que aguardavam aprovação em CM.”,  acrescentou.

A “versão de referência” apresentada para o 2.º e 3.º ciclo e para o secundário vêm confirmar o que o ministro Nuno Crato garantiu na passada quinta-feira, no final do Conselho e Ministros: ”Se as aulas de 45 minutos forem mantidas tudo se passará como foi apresentado em Março”, quando foi apresentada a versão final da proposta de revisão da estrutura curricular, insistiu.

Em vez de calcular os tempos letivos em blocos de 45 e 90 minutos, como até agora, o ministério, que vai dar autonomia às escolas para fixarem os tempos das aulas, apresentou o total de minutos semanal para cada disciplina, suscitando de imediato dúvidas sobre alegados novos cortes nas cargas horárias de várias disciplinas.

Nas matrizes hoje publicadas referente aos tempos mínimos e total semanal por disciplina refere-se também que, em relação ao tempo a cumprir, poderão “ser feitos ajustes de compensação entre semanas”.

Na quinta-feira, Crato garantiu também que as direções regionais de educação irão reunir com diretores de todo o país para explicarem o novo modelo.

Exames Finais Nacionais e Provas de Equivalência

www.cic.pt/informacoes/legislacao.pdf

Formato do ficheiro: PDF/Adobe Acrobat - Visualização rápidaExames Finais Nacionais e Exames de Equivalência - NOVO à Frequência do Ensino Secundário. (Despacho nº 1942/2012, de 10 de fevereiro). - Os exames ...

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Medina Carreira. O problema de fundo não é o euro mas a desindustrialização

Por Margarida Bon de Sousa , publicado em 2 Jun 2012 - 03:10 |Jornal I
O problema das políticas sociais será explosivo antes de 2020. Se a crise persistir e o governo se limitar a cortar em vez de reformar, tudo pode acontecer em Portugal.


Medina Carreira não gosta de se deixar fotografar mas acedeu ao fim de muita insistência e com a promessa de que a sessão iria durar apenas alguns minutos. O ex-ministro das Finanças de Mário Soares admite que se exercesse hoje o mesmo cargo não faria muito diferente de Vítor Gaspar. Lembra-se que no seu tempo os portugueses também perderem poder de compra, mas como os aumentos eram significativos as pessoas não tinham a noção de que ganhavam menos por causa da inflação. O economista considera que o grande problema da Europa não é o euro mas a desindustrialização e o preço do petróleo. Duas realidades que também afectam os Estados Unidos.
Situa as origens da actual crise portuguesa há sete ou oito anos atrás. Pode ser mais explícito?

Nos últimos 20 anos a nossa economia registou uma taxa de crescimento médio anual de 1,8%. E entre 2005 e 2010 ela quedou-se nos 0,3%. A tendência geral das duas últimas décadas é decepcionante, mas nos cinco últimos a economia portuguesa afundou-se dramaticamente. Creio que a sua pergunta tem em vista afirmações minhas neste sentido. Com uma taxa de 1,8% e, pior, uma de 0,3%, o nosso nível de vida só pôde manter-se, ou mesmo melhorar, à custa de enormes e insuportáveis endividamentos do Estado, das famílias e das empresas. Foi portanto o recurso ao crédito, para conservar níveis de bem-estar sem correspondência na produção de riqueza, mas também para realizar obras públicas faraónicas, que desencadeou a situação de grande crise que vivemos. A fragilidade económica explica em boa parte o volume do endividamento nacional. E é nesta situação de pré-bancarrota que nos encontramos.

Pode explicar porque é que acha que vivemos de uma esmola periódica e ainda por cima a juros...

Em termos globais e simplificados, o endividamento externo bruto de Portugal teve uma expansão galopante que se expressa no salto de 342 mil milhões de euros em 2005 para 506 mil milhões em 2010. Qualquer coisa como 33 mil milhões de euros/ano, 90 milhões/dia ou quase 4 milhões/hora! Com uma economia rastejante, como referi, e um tal valor do endividamento externo, os credores perceberam depressa que não poderíamos pagar as nossas dívidas. Surgiu então a troika com a solução das esmolas periódicas, sob condição de bom comportamento e de sujeição a juros elevados. Apesar de tudo, esta foi a solução que evitou a cessação de pagamentos pelo Estado português em 2011.

Se fosse ministro das Finanças hoje, faria muito diferente de Vítor Gaspar?

No essencial não. A austeridade é inevitável e não é muita nem pouca, apenas aquela que os défices anuais acordados com a troika impõem. Com o acordo que subscrevemos, ninguém poderia agir de modo muito diferente quanto ao grau dessa austeridade: o dinheiro de que dispomos para gastar é apenas o que a troika assegura. Esta sujeição não dispensa o governo de uma explicação simples e entendível pela grande maioria. Na sua falta, a nossa sociedade interroga-se quanto ao porquê dos sacrifícios a que está a ser submetida. E é legítimo que o faça. Sofrer já é muito duro. Não se saber porque se sofre é de mais.

As metas de crescimento do governo adiam para as calendas gregas a criação de emprego. Há outro tipo de resposta? 

Não são as metas do governo. São as que resultam da situação de penúria e de desorganização a que fomos conduzidos. Não temos acesso ao financiamento externo, não dispomos de poupança que se veja e ninguém no seu perfeito juízo vem investir em Portugal. O melhor que se consegue é vender partes de capital em empresas monopolistas, ou quase, onde o lucro é seguro e muito alto. Sem investimentos novos e adequados não haverá crescimento suficiente nem criação de empregos. O que por aí se diz das políticas activas de emprego destina-se a anestesiar a sociedade, como há muitos anos se sabe. Será muito longo o tempo que teremos de esperar até que a economia cresça o suficiente para criar empregos em número satisfatório. Não imagino quando chegará esse tempo.

A austeridade é imprescindível? E é a solução para a crise?

É uma condição necessária mas não suficiente. Existe porque não há dinheiro para que o Estado provoque défices mais altos e gaste mais. E também porque sem ordem nas contas públicas, com dívidas brutais, com impostos selvagens e com juros demolidores, não se investirá em Portugal. Sem se investir na produção de bens exportáveis ou que evitem as importações, o que vamos dizendo destina-se apenas a ludibriar-nos uns aos outros.

O congelamento das reformas antecipadas resolve o problema de fundo da Segurança Social? Ou é preciso ir-se muito mais longe?

Creio que não passa de um expediente de tesouraria. A sustentabilidade tem muito mais que se diga e exige um trabalho sério, ainda não iniciado. Quer isto dizer que é indispensável uma reforma global do social e não apenas cortes de circunstância aqui e ali. Preocupante é que nenhum responsável político, que se saiba, tenha feito qualquer alusão a esta tarefa, essencial e urgente.

E a sucessiva utilização dos fundos de pensões para pagar despesa corrente e amortizar dívida pública, ao invés de a transferirem para a Caixa Geral de Aposentações ou a Segurança Social?
São apenas expedientes. É precisa uma reforma. Quanto a isso, e como já disse, deploro a passividade do governo. O problema das políticas sociais será, talvez antes de 2020, explosivo. Na verdade, só a preservação do Estado social – adaptado às novas realidades económicas, financeiras e demográficas – poderá evitar uma situação ainda mais dramática em Portugal.

Critica muito os políticos por só olharem para as folhas em vez de para a floresta. Quais são os verdadeiros problemas de Portugal?

Tenho para mim como certo que a origem da presente crise do Ocidente emerge da sua desindustrialização e da dependência energética, com custos crescentes. Foi isso que afundou as economias e foi esse afundamento que motivou os endividamentos já referidos, destinados a evitar uma quebra acentuada do padrão de vida ocidental. Entre nós, sentem-se também os efeitos da incompetência e da irresponsabilidade governativa vigente nos últimos anos. A fragilidade económica ocidental gerou os endividamentos e foram estes que originaram o subprime americano, tanto quanto a chamada crise das dívidas soberanas na Europa. A crise da zona euro surge na sequência desses factos. Sem se enfrentar esta realidade mais ampla, os esforços em curso na Europa do euro, mesmo que bem sucedidos, não evitarão a progressiva decadência do Ocidente. Neste emaranhado de circunstâncias, de que ainda não se fala em Portugal, as árvores são a austeridade, a falta de crescimento e o desemprego. Estão na orla da floresta e por isso são visíveis por todos. Mas a reviravolta do mundo, que é tudo o resto que a liberalização económica provocou, ultrapassa a Europa e o euro, e constitui a verdadeira floresta em que avançamos, desorientados.

Na sua opinião, este governo fez ou mediatizou as reformas?

Das muito urgentes e decisivas, creio que pouco. Talvez distracção minha! É altamente preocupante a lentidão na execução dessas reformas. E sem explicações públicas para este arrastamento de pés.

Concorda com o novo Código do Trabalho ou ainda estamos longe dos nossos mais directos concorrentes, que neste momento são os ex-países de Leste? 

Há muitos anos que não trabalho nessa área. Tenho por isso dificuldade em me pronunciar acerca da adequação das soluções a introduzir no Código do Trabalho. Nunca escutei uma palavra acerca do ponto de referência que foi escolhido, por isso tenho a convicção de que o método tenderá a falhar. Portugal precisa de atrair investimentos, para o que
se impõe escolher medidas competitivas como as adoptadas, nestas e noutras áreas, pelos países europeus que nos têm roubado os investimentos. De facto, se é essencial sermos competitivos em relação ao que produzimos, é indispensável que o sejamos também no que toca ao que se investe. Trata-se de uma consequência inexorável do funcionamento dos mercados abertos. Se o governo não está a proceder assim, comparativamente com o que se passa na Europa Central e do Leste, de pouco servirão as reformas que estão a ser estudadas. Repito: falamos de reformas sem as quais não teremos um crescimento razoável e continuado, susceptível de combater o desemprego.

Como vê a actual crise da Europa?

Já mencionei há pouco as causas situadas fora da Europa. Pela sua importância decisiva, volto a sublinhar que são, primeiro, a instalação das indústrias transformadoras nos países de mão-de--obra muito barata, em geral no Oriente; segundo, os custos crescentes do petróleo. Por isso ficaram connosco: o desemprego industrial, que não diminui; os empregos mal pagos nos serviços pouco qualificados; a obrigatoriedade de importar o que antes produzíamos e agora já não produzimos, provocando de- sequilíbrios, que não existiam, nas nossas balanças comerciais; a cada vez mais pesada factura do petróleo. São estas as causas essenciais do afundamento das nossas economias. Iludimos esta realidade com os “endividamentos” destinados a manter um nível de bem-estar que já não estava, nem está, ao alcance do que produzimos. As sociedades desta parte do mundo estão a ser enganadas,
todos os dias, por um número excessivo de irresponsáveis.

A actual crise é mais política ou mais económica?

É económica na sua génese e política pela incapacidade de correcto diagnóstico dos estados. E sem um diagnóstico acertado não haverá políticas adequadas.

E que papel tem a Alemanha neste contexto? Como vê a actuação da senhora Merkel? 

A Alemanha também sofre as consequências. Atenuadamente, porque as suas indústrias de exportação ainda não fugiram e porque se aproveita muito dos países vizinhos aos quais compra o que ali se produz muito mais barato. A Alemanha também beneficia muito da credibilidade da sua economia e da sua organização, pelo que se financia a taxas de juros impensáveis para os outros países. Além de tudo isso cuida com muito rigor da sua competitividade, com políticas salariais muito contidas. Porém, que ninguém se engane: a economia da Alemanha também rasteja, a um ritmo médio anual, entre 2000 e 2010, de 0,9%. Nós, portugueses, registámos 0,7%!

Ainda há diferenças entre uma governação de esquerda e de direita no actual contexto da zona euro?
Cada vez menos. Entenda-se que aos estados da actual zona euro foram sendo subtraídos poderes de intervenção económica de relevância decisiva, relativos às tarifas aduaneiras, à emissão de moeda e à definição da sua quantidade em circulação, à fixação das taxas de juros, às taxas de câmbios, à fixação autónoma dos défices orçamentais e ao controlo da circulação de capitais. Impõe-se ainda recordar os efeitos da internacionalização económica, que permite que as empresas se movam no âmbito global, ficando a soberania dos estados amarrada dentro dos seus territórios. Há também o afundamento das economias desde há 30 anos. A considerar, igualmente, o envelhecimento demográfico, só por si inviabilizador das políticas sociais tais como foram instituídas. Tudo isto condiciona decisivamente a prática de políticas económicas mais à esquerda ou menos à direita, como aliás se verifica em toda a Europa. A social-democracia está confinada ao pretenso monopólio da sensibilidade social, que não passa de um discurso vazio. O sindicalismo tornou-se ineficaz porque não vale a pena reivindicar, face a falidos, como estão hoje o patronato e também o Estado. Vivemos assim num mundo novo em que os modelos de há 30 anos já não cabem e só são defendidos por alguns distraídos que se recusam a abrir os olhos e a descortinar a realidade que os cerca.

Quando era ministro as pessoas não reivindicavam como hoje quando os salários desvalorizavam? É certo que não havia cortes como agora mas a inflação absorvia os aumentos provocando cortes muito maiores que os actuais...

Não havia uma noção rigorosa do fenómeno. A grande massa não tinha a noção da erosão provocada pela inflação. Ou seja, os salários cresciam por hipótese 15% com uma inflação de 25%, o aumento nominal criava a ilusão de que estavam a ganhar mais. Em seis meses, um ano, a crise passava. Hoje não há nada disso. A capacidade de adaptação às novas circunstâncias é muito mais difícil hoje. Os mercados são mundiais e as nossas leis são locais.

Há mais de duas décadas que se fala do declínio dos Estados Unidos e da emergência da China. Afinal quem está a ir ao fundo é a Europa. Porquê?

Nos últimos dez anos – de 2001 em diante – todas as economias desenvolvidas do Ocidente registaram desacelerações muito acentuadas, na zona euro como nos Estados Unidos. Compreende-se. Foi neste período que as deslocalizações e os investimentos industriais directos procuraram o Oriente, com saliência para a China. Foi nesse tempo também que os preços do petróleo mais subiram e mais altos se mantiveram. Estes factos explicam muito, a meu ver, as crises dos endividamentos, que nos trouxeram até à dificílima situação actual. Se se mantiverem estas tendências, a decadência do euro e da Europa será rápida e irreversível.

Não receia que o fim do Estado social, tal como ele é hoje percepcionado pelos europeus, e o desemprego abram caminho à extrema-direita na Europa?
Se nada for feito, ajustando o regime do Estado social às novas realidades financeiras, económicas e demográficas, são previsíveis rupturas sociais com consequências inimagináveis. É por pensar assim que há muito tempo insisto na necessidade, absoluta e urgente, da reforma do Estado social. De outro modo, poderemos ter o caos e a desordem no nosso país.

A democracia está em perigo?
Se a crise que atravessamos persistir e o governo se limitar à política dos cortes, em vez de à reforma do Estado social, tudo poderá acontecer.

Como vê a França depois da vitória de François Hollande?

Vive-se um tempo de fantasia, agora animado pelo novo presidente francês. Só por cegueira ou por estupidez se pode pensar que há quem não queira o crescimento e o emprego. Para tanto é porém essencial criar fontes de financiamento e definir o destino dos meios conseguidos, em termos de assegurar o êxito da sua aplicação. Quanto ao primeiro problema levanta-se a dificuldade da sua obtenção: a palavra alemã, que é fundamental, não vai ser favorável a esquemas de facilidade – como o dos eurobonds – porque o eleitorado não estará disposto a suportar os riscos e encargos, conhecida que é a irresponsabilidade na gestão dos dinheiros públicos, em alguns países. Quanto ao segundo problema, fala-se em aplicar o dinheiro em infra-estruturas, em energias verdes, em grandes projectos, etc... Nós, portugueses, sabemos muito bem o que é tudo isto, através da pré-bancarrota e da desgraçada situação para que nos arrastaram. Vítimas do excesso do endividamento e da má aplicação dos dinheiros, iremos repetir a solução que nos desgraçou?

A receita dos impostos indirectos agravou a tendência de queda em Abril e a Unidade Técnica de Apoio Orçamental já alertou para um buraco potencial de 800 milhões de euros na receita no final do ano (0,5 pontos do PIB). À medida que for percebendo que a meta do défice orçamental está em risco o governo deve lançar mais medidas ou procurar tolerância por parte da troika?

O governo tem afirmado que só se falharmos por razões que nos sejam estranhas se promoverá uma alteração das condições da troika. Aliás, como também o disse o ministro das Finanças alemão. Creio que o assunto está esclarecido.

O Conselho para as Finanças Públicas alertou para a continuação de erros clássicos no processo orçamental: dependência de medidas transitórias e de cortes cegos na despesa, cortes excessivos no investimento público e previsões futuras demasiado optimistas. O que lhe parece a qualidade do ajustamento orçamental português? Poderia ser outra dada a urgência da situação?
Desse Conselho espero apenas, e é muito, a apresentação de números rigorosos e completos.

Como vê as próximas eleições na Grécia?
A situação na Grécia é muito complexa. Não possuímos elementos que nos permitam discernir com muita segurança a respeito da evolução no país. Pessoalmente temo que esteja a caminhar para um regime autoritário. Se houver um colapso financeiro, não é de excluir que surjam problemas de rua. Quando é assim, os países temem em entregar-se a alguém que de volta tranquilidade.

E vê o país a sair do euro?
Alguma Europa, a que tem dinheiro, começa a cansar-se do problema grego. Já houve dois acordos de assistência e não se vê as necessidades gregas chegarem ao fim. Não se percebe o que está feito ou não está. Sabe-se que precisa de dinheiro todos os dias. Se a Grécia tem o direito de democraticamente escolher o seu próprio rumo, é preciso perceber também que os países ricos também podem democraticamente fazer as suas opções.

E a situação em Espanha?
A Europa rica vai fazer tudo para evitar problemas muito grandes na Espanha. Primeiro, porque não se encontra em estado de desagregação política e social como a Grécia. Segundo, porque a Espanha tem um peso na Europa em relação ao qual não deve haver descuidos. Qualquer dos países que se encontram em grave crise precisa de financiamentos, que naturalmente passam pelo sistema bancário. E esses financiamentos que muitos querem que se faça pelos eurobonds dificilmente avançarão. Por um lado, os países que se financiam a baixos juros, como a Alemanha. Pela via dos eurobonds, irão sofrer um agravamento das taxas de juro. Por outro lado porque se os países necessitados vierem a falhar os seus compromissos serão os países ricos a suportar as dívidas destes. Tudo isto leva a crer que os eleitorados europeus vejam com maus olhos essa figura dos eurobonds. Creio que só serão viáveis quando os países necessitados se submeterem a uma disciplina financeira que não deixe receio aos países do centro da Europa que vão ter de pagar ainda mais pelo não cumprimento das regras por alguns estados-membros.

Ou seja, primeiro a disciplina e depois os eurobonds. É essa a posição implícita da Alemanha...
Sim. Se põem dinheiro a circular sem se instalar uma rigorosa disciplina financeira na Europa, num prazo muito curto corre-se o risco de voltarmos ao ponto de partida.



domingo, 6 de maio de 2012

«Je ne cherche pas la notoriété», affirmait encore jeudi Valérie Trierweiler

 Valérie Trierweiler, le 6 mai, à Tulle. Crédits photo : FRED DUFOUR/AFP. Fonte: LE FIGARO

PORTRAIT - La journaliste politique, compagne du président élu François Hollande, hésite entre une posture à la Bernadette Chirac et à la Danielle Mitterrand. Portrait d'une fausse discrète.

«Je ne cherche pas la notoriété», affirmait encore jeudi Valérie Trierweiler, qui aura désormais du mal à y échapper. Quel sera le style de la nouvelle première dame? Celle qui répétait «ne pas savoir ce qui va se passer dimanche» a quand même songé à la question. Dans un entretien à Elle, la journaliste de 47 ans a confié récemment hésiter entre une posture à la Bernadette Chirac et à la Danielle Mitterrand, soit entre «le dévouement et l'engagement». Quant à Carla Bruni, «comme première dame, elle a fait comme elle a pu. C'est quelque chose d'assez compliqué», lui accorde Valérie Trierweiler, qui estime néanmoins que «première dame, c'est un second rôle».
En tout cas, elle a pris quelques résolutions: «Je continuerai à travailler. Tout simplement parce que j'ai besoin de gagner ma vie. J'élève mes trois enfants et je ne suis pas rentière, déclare-t-elle en avril à Libération. Je ne veux pas vivre aux frais de l'État.»
Un principe qui ne surprend guère au regard de son parcours. La jeune et ambitieuse angevine d'origine modeste débarque à Paris à 20 ans. Munie de son DESS en sciences politiques, elle est recrutée en 1988 par l'hebdomadaire Profession politique. Deux ans plus tard, la journaliste jugée brillante et sympathique par ses confrères est débauchée par Paris Match, où elle rencontre le secrétaire de rédaction Denis Trierweiler, qu'elle épouse quelques années plus tard en deuxième noces et dont elle a trois fils.
Alors qu'elle suit pour le magazine le Parti socialiste, elle se lie d'amitié avec François Hollande. Ce serait à l'été 2005 que la relation entre l'homme politique et la journaliste aurait pris un tour «sentimental», raconte Serge Raffy dans sa biographie Hollande secret. À l'époque, le député de Corrèze est encore officiellement avec Ségolène Royal. L'idylle ne passe pas inaperçue à Paris Match et oblige à quelques réajustements au sein de la rédaction: fin 2005, Alain Genestar, alors directeur de l'hebdomadaire, demande à Valérie Trierweiler d'arrêter de suivre le PS pour se consacrer à l'UMP. En 2007, elle change complètement de service et passe aux pages culture. Mais sa rubrique de cœur lui manque et elle rejoint par ailleurs la même année Direct 8, où elle anime une fois par semaine avec Mikaël Guedj Politiquement parlant.

«Une spectatrice engagée»

Pour Valérie Trierweiler, dont la relation avec François Hollande est officialisée en 2010, la question du conflit d'intérêts se pose véritablement à partir d'avril 2011, lorsque le député de Corrèze annonce sa candidature à la primaire. Elle lance tout de même sur Direct 8 une nouvelle émission politique, 2012, portraits de campagne, qu'elle troque rapidement pour une autre consacrée à des portraits d'artistes, Itinéraires. D'ailleurs, Nicolas Sarkozy ne se prive pas en avril de la prendre à partie: «Est-ce moi qui travaille dans le groupe de monsieur Bolloré?» lance-t-il sur RTL.
Son rôle dans la campagne? «Spectatrice engagée», répond-elle en avril dans Libération. Valérie Trierweiler opère certes initialement en coulisses, donnant des conseils de communication ou défendant l'image de son partenaire dans les médias. Mais, très vite, elle se fait plus visible. Assise au premier rang des meetings, elle participe à de nombreux déplacements de François Hollande, dont celui à Montauban pour les obsèques des militaires assassinés.
Projetée au cœur de la campagne, Valérie Trierweiler ne vit pas toujours bien sa nouvelle exposition. «Quel choc de se découvrir à la une de son propre journal. Colère de découvrir l'utilisation de photos sans mon accord, ni même être prévenue», tweete-t-elle en mars 2011 en découvrant une photo de son couple en couverture de Paris Match. Dernière épreuve en date, les moqueries du député UMP Lionnel Luca, qui l'a traitée de «rottweiler».
Discrète, celle qu'on rend responsable du nouvel équilibre et de la silhouette amincie de François Hollande n'a pas pour autant la réputation d'une femme effacée. «Très punchy, très franche, elle n'hésite pas à rentrer dans le lard des hommes politiques», dit un journaliste, qui se rappelle aussi l'avoir vue gifler un confrère s'étant permis une remarque sexiste. «Intelligente», «réglo», «une fille forte qui sait résister aux coups durs». On n'est pas en reste d'éloges dans les milieux politiques, de droite comme de gauche. Confrères et politiques soulignent son «élégance», sa «beauté», son «allure toujours impeccable», sa «bonne camaraderie», mais quelques consœurs épinglent volontiers une femme «un peu trop sûre de son charme». «Avec elle, on se marre bien, réplique Mikaël Guedj, qui a travaillé quatre saisons avec elle sur Direct 8. C'est aussi quelqu'un qui sait rire et peut être très chaleureuse.»
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Conhecia o mundo da política por o comentar como jornalista, desde que se tornou na companheira de François Hollande passou a ser ela a notícia. Aos 47 anos, a jornalista Valérie Trierweiler é a nova primeira dama de França.
Estilo clássico, cabelo castanho, aos 47 anos, Valérie Trierweiler sente-se pouco à vontade quando se torna no centro das atenções. E se garante nunca ter pensado em ter uma relação pessoal com François Hollande quando o conheceu, há 23 anos, Valérie diz-se ainda confusa com a sua nova função. "Não encontrei nenhuma escola para primeira dama", explicava em janeiro ao Canal +.
Companheira de uma presidente que se reivindica "normal", a jornalista garante que não irá abandonar a profissão quando se mudar para o Eliseu. "Ser independente financeiramente é fundamental para mim", confessou já várias vezes.
Nascida numa família humilde, a filha de um pai inválido e de uma mãe que trabalhava na bilheteira de uma pista de patinagem de Angers, Valérie tem cinco irmãos e irmãs.
Desconhecida do público, durante 30 anos esta mulher formada em Ciência Política na Sorbonne escreveu sobre política no semanário Paris Match.Foi aí que conheceu o primeiro marido, Denis Trierweiler, cujo apelido manteve depois do divórcio.
A fama chegou em 2010 quando, numa entrevista à revista Gala, François Hollande, garante: "Valérie é a mulher da minha vida".

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